Ego de superior, o machista que se acha. Camuflagem de sua fragilidade de Alma. Mais forte sai dessa, por generosidade da mobilização da sociedade, que não pôs debaixo do tapete e abriu espaço para um refletido e comovente pedido de desculpas. Eu boto fé no artista sensível que é, que se tornou ao longo da sua carreira. Como respeitável é a íntegra conduta de Su Tonani. Muito forte ela é. Quantas mulheres foram violentamente caladas na História. Eu, pessoalmente, hoje em dia agradeço, pois na Caravana tenho três companheiros que me dão voz. Somo-me ao Coro belo que ressoa: também não gosto de ver uma mulher ser humilhada. Também não quero ver nenhuma mulher diminuída. É muito maior o esforço para uma mulher se realizar na sociedade, e recebe ainda a alcunha de sexo frágil. A necessidade de supremacia é a morte do diálogo criativo. No mínimo põe a perder muita coisa. Dá muito mais trabalho.
Mas quando há confiança e ética, tudo flui maravilhosamente. Vida que é, o nosso trabalho. Sim, acredito que décadas de personagens machões cheios de Ibope e aprovação tenham lhe subido um pouco à consciência. Mas Zé Mayer é mais que apenas isso, tenho certeza. E a Su Tonani merece ser respeitada e possibilitada de ocupar seu espaço criativo, profissional dignamente. Ela escreveu um texto exemplar.
Quem, em sã compaixão e consciência não assina embaixo, quando ela denuncia o arcaico que há nessa arrogância, exigindo um basta. Atual! Tem a mensagem das manifestações, da Elza Soares, da Geni, da Medéia, Antígona, dos estudantes, do feminismo, de tantas obras e protestos que têm acontecido em revolucionária transformação. É exemplar. Histórico até. Tem um desespero também. E eu, como mulher e ser humano, entendo. Compreendo. Também desejo isso. Desejo igualdade de direitos em plenitude.
Vida em plenitude aos viventes! Harmonia. Ética. Respeito. Limites. Tratamento e Punições necessárias.
Enfim, Justiça. Transformação e Paz.
Letícia Sabatella
MHuD